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Dignidade menstrual é garantir que meninas ocupem o lugar que quiserem

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bsorventes, itens de higiene e remédios para cólica menstrual podem parecer elementos básicos para uma galera, mas, para tantas outras meninas e mulheres que convivem com a pobreza menstrual, eles são vistos como privilégio. A luta por esses direitos que envolvem a saúde mental e física feminina deve ser de todos nós – é o que propõe, inclusive, o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado nesta terça-feira (28).

O termo ‘pobreza menstrual’, segundo a Unicef, designa a “falta de conhecimento, insumos ou infraestrutura necessários para vivenciar a menstruação de modo digno”. Ou seja, o problema vai muito além da escassez de absorventes. Ele também abrange a falta, por exemplo, de banheiros higiênicos em situações adequadas ou da compreensão sobre a menstruação. 

Nesta outra matéria da CAPRICHO explicamos como a pobreza menstrual é presente no Brasil e como interfere não só no presente como no futuro de jovens. Entre estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Superior, são contabilizadas cerca de 14 milhões de faltas por ano de meninas que não têm condições de irem para o colégio durante a menstruação, em virtude da pobreza menstrual.

No mercado de trabalho não é diferente. No último domingo (26), a Always, em parceria com a Girl Up Brasil, promoveu um evento para debater o problema e mostrar como a dignidade menstrual é necessária para que meninas alcancem cargos de poder.

A líder regional do Girl Up Isabela Cavalcante, de 22 anos, que estava presente na ação, descreveu a pobreza menstrual como uma violência social, estrutural e política que elimina uma série de oportunidades profissionais de mulheres e jovens.  “É uma violência social porque a garota tem vergonha do que está sentindo. É estrutural já que ela não tem condições [de arcar com os itens necessários] e também é violência política, uma vez que quando você tira da menina o direito de menstruar com segurança, você tira dela também a liberdade e a confiança“, explica. 

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Diante desse cenário, todos os esforços sociais para mitigar a pobreza menstrual são necessários e muito bem-vindos, mas Beatriz Lopes, 18 anos, fundadora do clube Equaliza Minas do Girl Up Brasil, compartilhou com a CH como, na própria escola, a dignidade menstrual ainda não é plena e os esforços dela e dos colegas não foram suficientes. Nesse caso, um dos problemas envolvia a estrutura da escola. O mal funcionamento dos banheiros, por exemplo, que ficavam sem água ou fechados em certos momentos, impossibilitava a troca dos absorventes em um local seguro.

 

Beatriz conta que quando participava do Grêmio estudantil promoveu campanhas de arrecadação e distribuição de absorventes mas, mesmo sendo somente na própria escola, a demanda das alunas era muito grande. “A gente deixava os absorventes disponíveis no banheiro e entregava para as meninas que pediam, ainda assim percebemos que o número de itens arrecadados não dava conta de toda a demanda”, conta. 

No último domingo, além das garotas do Girl Up Brasil, a diretora de marketing da Always, Natália Passarinho, o Presidente da P&G Brasil, André Felicíssimo e a ex-BBB e psicóloga, Sarah Aline, também marcaram presença no evento e distribuíram absorventes na Avenida Paulista, em São Paulo, enquanto a artista plástica Mari Pavanelli pintava um mural, ao longo do dia, sobre dignidade menstrual.

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Na rua, eles perceberam como a dignidade menstrual ainda é um tema que foge do conhecimento da maior parte das pessoas que desconhecessem quantas convivem com a pobreza menstrual. Além da falta de itens de higiene e de estruturas físicas adequadas, um outro ponto levantado pela Sarah, por exemplo, é o de que ter o conhecimento e o ensinamento sobre menstruação e a evolução do corpo também fazem parte da dignidade menstrual.

Seu próprio processo de menstruar foi acompanhado pela mãe, que a explicou tudo sobre o processo, o que intensificou a importância desse momento para ela. Hoje, a dignidade para menstruar é um tema que expande os significados da infância e adquiriu, para ela, mais maturidade com a idade e o aprendizado.

“Para mim, [dignidade menstrual] é muito importante porque meu impacto quanto pessoa no mundo é fazer com que os meus processos sejam reconhecidos em dignidade. Então, quando a gente fala que dignidade da mulher, da pessoa que menstrua, significa ocupar os espaços com saúde, segurança e confiança.  A gente tem certeza de que esse é o destino para todas pessoas“, conta.

Confira mais como foi o evento!

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